sexta-feira, 23 de maio de 2014

Estudo aponta baixo risco de dengue durante a Copa do Mundo


Dados do Ministério da Saúde apontam para queda de 67,6% nos casos da doença em relação ao ano passado. Pico da doença já foi alcançado e casos tendem a cair.

O período de realização da Copa do Mundo no Brasil, que ocorre entre os meses de junho e julho, representa baixo risco de transmissão da dengue nas 12 cidades-sede, aponta estudo inédito publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, uma das mais conceituadas do mundo. A publicação avalia fatores que influenciam na proliferação do mosquito e na transmissão da doença, como o número de casos registrados nas cidades nos últimos anos, volume de chuvas e temperatura no período da competição, além de questões sociais e ambientais. O último boletim do Ministério da Saúde – com o balanço da doença até o dia 3 de maio - mostra redução de 67,6% no número de casos em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, um dos especialistas que assinam a publicação, há uma tendência observada todos os anos no Brasil de queda do número de casos da doença a partir de maio. “O estudo mostra que esta tendência deve ser mantida no Brasil e tudo indica que teremos baixa transmissão da dengue durante o período dos jogos da Copa. Além disso, as ações para prevenção e controle da doença foram intensificadas desde outubro do ano passado pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias de saúde”, avalia.

Nesta edição da Lancet, três capitais (Natal, Recife e Fortaleza) são citadas com risco um pouco acima das demais, em função da sazonalidade das chuvas na região. “Não há necessidade de uma ação especial nessas cidades, pois houve uma intensificação das atividades de prevenção e controle. De qualquer maneira, a situação epidemiológica dos municípios é monitorada semanalmente pelo Ministério da Saúde e caso ocorra alguma modificação no cenário os planos de contingência previamente elaborados serão acionados.” afirma.

BALANÇO – Até o dia 3 de maio, foram notificados 394.614 casos de dengue, contra 1.218.306 em 2013 - queda de 67,6%. Os casos graves da doença também caíram 56% no período - foram confirmados 2.478 casos graves da doença, contra 5.674, em 2013.

Seguindo a mesma tendência, os óbitos pela doença diminuíram 78% em relação a 2013. Neste ano, foram confirmados 104 óbitos contra 463 no último ano. Vale destacar que o pico de casos de dengue, que costuma ocorrer entre a 15ª e a 20ª semana do ano, já foi alcançado. A tendência agora é de queda no registro de casos por semana.

AÇÕES - Mesmo assim, o Ministério da Saúde vem direcionando recursos para campanhas de prevenção, principalmente nas cidades-sede. Em 2013, destinou recurso adicional de R$ 363 milhões para os Planos de Combate a Dengue dos municípios brasileiros, dos quais R$ 53,6 milhões foram repassados para os locais dos jogos. Todos os estados e municípios sede elaboraram, sob supervisão do Ministério da Saúde seus planos de contingência para enfrentamento de epidemias de dengue. Também foram enviados insumos estratégicos (inseticidas, kits diagnóstico) para realização de inspeções nos estádios e outros lugares de aglomeração para evitar criadouros do mosquito e borrifação de inseticidas.

Além disso, o Ministério da Saúde propagou entre os profissionais de saúde o Protocolo de Diagnóstico e Manejo Clínico da Dengue. O protocolo orienta o atendimento e a identificação dos pacientes com sinais e sintomas de agravamento na atenção básica, o que contribui para a redução dos casos graves e óbitos. Com o slogan “Não dê tempo para a Dengue”, o Ministério da Saúde veicula desde janeiro a campanha nacional, promove assessoria técnica aos estados e municípios e o acompanhamento semanal da situação epidemiológica dos municípios no Comitê de Monitoramento de Emergências.

PREVENÇÃO - Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.

Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.

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